segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A ARTE DA DESPEDIDA

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A viagem estava combinada. Na última hora, por ossos do ofício, ele teve de ficar. Dormiram juntos. Acordaram e tomaram café juntos. Arrumaram-se – ele para o trabalho, ela para a estrada – juntos. Ela partiu primeiro, depois de um longo beijo e um abraço apertado. Ele ficou para trancar a casa, fechar o portão. Fez tudo isso com o coração apertado. Entrou no carro, ligou o rádio, aumentou o volume – logo ela estaria de volta. Três quilômetros adiante, o carro dela parado no acostamento, pisca ligado, ela de pé. Ele, assustado, encostou, abriu a porta e saiu estabanado, preocupado, “o que aconteceu?”, perguntou de braços abertos, prevendo o pior. Ela caminhou até ele e o abraçou e abriu um sorriso e disse baixinho: “Só mais um beijo”. ( Felipe Lenhart, Florianópolis, SC ; http://1cronicapordia.wordpress.com )

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