sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
NELSON ALVES DE CARVALHO
Cresci no sertão agreste
ao lado de flores e espinhos,
sentindo o vento do leste,
dando abrigo aos passarinhos
Um dia tive cortado
meu tronco rente do solo
em terra, triste, arretado,
perdi meu porte de Apolo,
Dali fui destacado
a golpes de serra e facão
assim me vi transformado
em forte e rijo pilão
Com carne seca e farinha
preparei muito paçoca
sem falar na quirelinha
para a ninhada da choça
O café em côco socado
lata cheia toda semana
de novo, depois de torrado,
voltava à tarefa insana
Limpei arroz do mais belo,
colhido de modo vário,
e fiz, com milho amarelo,
canjica pro "Seu" Vigário
Fui banco dos violeiros
nas belas festas juninas,
descansei os fazendeiros
sinhozinhos, garotos traquinas
Vi festas das suntuosas,
vi cenas de pranto e dor,
vi moças belas, chorosas,
desiludidas de amor.
Foram chegando os moinhos,
fui jogado para um canto,
do desprezo senti os espinhos
mas ninguém notou meu pranto.
Nem assim fui consumido,
já não sou feio pilão,
pois agora estou revestido
e sou móvel de salão...
Nelson Alves de Carvalho
( do livro Antologia : Letra Viva, "Sou Voz")
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
PEDRO DIAS GONÇALVES
De repente, não sou mais eu
Perco-me tentando explicar os porquês
e esta saudade faz com que eu
deixe de ser eu
para ser você !!
( do livro "Moleque Atrevido" )
Assinar:
Postagens (Atom)