domingo, 4 de outubro de 2020

UM POEMA DE CÉSAR MAGALHÃES BORGES


Desejo o heroísmo de um dia comum,
A obra-prima do dever bem feito,
A nobreza de quem não é rei,
A virtude de quem tem defeitos. 

A maior paz vem
da convivência de opostos,
postos lado a lado
pelo respeito

 Os grandes santos
Não esperam a vida eterna
com a morte no altar.
Vivem em baixo do mesmo teto
que guarda serventes e arquitetos
e fazem o céu
da vida que do chão trouxeram.

 Estrelas que se põem do céu
não serão guias para nossa esquadra
porque não navegam

 Nômades os cometas
Nada trarão para nossas casas
Visto que não sabem morar

 O velho saberá o novo
pelo que sucede e antecede
e pelo tempo que viveu
Só a irmandade será mãe
De bons conselhos 

E nada
Que ignore o nosso ar
Poderá inspirar vida
Nada que não concatene
Arte e Vida
fará qualquer sentido.

( do livro Canto Bélico )

 

O poeta César Borges é também professor da Universidade de Guarulhos (UNG).O livro Canto Bélico está sendo relançado em  terceira edição. César costuma apresentar suas poesias em espetáculos musicais,com músicas nacionais e internacionais. Sei que ele gosta dos Beatles. Não sei se gosta dos Rolling Stones.