quinta-feira, 10 de junho de 2021

UM POEMA DE ARISTIDES CASTELO HANSSEN

 

 




















Nossos corpos unidos num só corpo,
gemidos, ais, palavras desconexas,
um penetrante cheiro de alfazema 
penetrando em minhas narinas, no meu ser,
me matando de vontade de viver.
Depois..
um banho a dois, tragadas de cigarro, 
um papinho informal, conversa leve, 
gatos, cachorros, política, poesia, 
marcas de automóveis, fantasias, 
vaga promessa de um regresso breve,
 e tchau...
 
Hoje, não sei porque, depois de tanto tempo, 
tantos dias e tantas aventuras, 
tantos sonhos e tantas amarguras, 
alegrias, noitadas e problemas, 
na minha pobre cama de solteiro
—  travesseiro sem fronha, lençóis mudos, 
cheiro de espera,  aroma de torpor  —
eu senti um leve cheiro de alfazema. 
Deve ser esse o perfume do amor!
 

Castelo Hanssen 
( do livro " Canção pro Sol Voltar" , Editora do Escritor ) 

Castelo Hanssen foi jornalista e escritor , membro fundador do Grupo Literário Letra Viva e da Academia Guarulhense de Letras. Foi fundador do Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá, do grupo literário Letraviva de Guarulhos e da Academia Guarulhense de Letras. Foi presidente honorário da Sociedade Guarulhense de Cultura Artística.

Iniciou a carreira escrevendo crônicas para os semanários A Ação e Tribuna Popular de Santo André. Iniciou o trabalho profissional como repórter na Folha Metropolitana (Santo André), transferindo-se depois, para a Folha Metropolitana de Guarulhos, onde foi editor de política, assinou a coluna No Mundo da Música Sertaneja, e coordenou o suplemento Folha Literária.


De 1984 a 2001 trabalhou no jornal Olho Vivo de Guarulhos. Aposentou-se por deficiência visual. Continuou como colaborador eventual até 2004, com artigos abordando temas do momento de forma poética e bem humorada. Em 2007 voltou a escrever artigos eventuais para o extinto Diário de Guarulhos, marca que o Olho Vivo adotou em 2006. Participou ativamente de movimentos culturais de Guarulhos, Em 1997 recebeu o troféu Paulo Francis, outorgado pela antiga Tribuna de Guarulhos.

Foi presidente da Academia Guarulhense de Letras de 2008 a 2010, entidade que ajudou a fundar em 8 de dezembro de 1978, junto com Gasparino José Romão, Laerte Romualdo de Souza, Ary Baddini Tavares, Milton Luiz Ziller, Adolfo Vasconcelos Noronha, Norlandio Meirelles de Almeida, João Ranali, Flavio Cleto Giovanni Trombetti, Oscar Gonçalves, Hildebrando de Arruda Cotrim, Onofre Leite, Sylvio Ourique Fragoso, Geraldo Penteado de Queiroz e Néfi Tales.

Faleceu em 6 de março de 2020 por infecção de corrente sanguínea e doença do rim crônica após ficar internado por cerca de 10 dias no Hospital Geral de Guarulhos. Familiares e os amigos se despediram de Castelo com declamação de poesias de autoria dele ou em sua homenagem, transformando seu velório, carregado de muita emoção, em um sarau, além de contarem muitas histórias sobre sua liderança na cultura de Mauá e passagens pitorescas de sua atividade como jornalista em Guarulhos. Sua morte foi noticiada por toda a imprensa de Guarulhos e também no obituário da Folha de S.Paulo.

Recebeu várias homenagens de amigos e familiares nas redes sociais. O prefeito declarou luto oficial de três dias (a partir de 7 de março de 2020)

Obras
Canção pro Sol Voltar, Guarulhos
A Flor que Drummond viu Nascer no Asfalto (Editora Gerundiogê - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (2008)
Um Cego Fita o Horizonte (Editora AllPrint - Auditório Sincomércio, Guarulhos) (25 de julho de 2009)
“Fragmentos de Memória” (Editora GerúndioG - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (28 de agosto de 2013)
“Geremias Gemebundo” (Editora GerúndioG - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (28 de agosto de 2013)
"Vermibus" - Curta Metragem de Rubens Mello - Personagem: "Vovô" - Agosto de 2012