
Nossos corpos unidos num só corpo,
gemidos, ais, palavras desconexas,
um penetrante cheiro de alfazema
penetrando em minhas narinas, no meu ser,
me matando de vontade de viver.
Depois..
um banho a dois, tragadas de cigarro,
um papinho informal, conversa leve,
gatos, cachorros, política, poesia,
marcas de automóveis, fantasias,
vaga promessa de um regresso breve,
e tchau...
Hoje, não sei porque, depois de tanto tempo,
tantos dias e tantas aventuras,
tantos sonhos e tantas amarguras,
alegrias, noitadas e problemas,
na minha pobre cama de solteiro
— travesseiro sem fronha, lençóis mudos,
cheiro de espera, aroma de torpor —
eu senti um leve cheiro de alfazema.
Deve ser esse o perfume do amor!
Castelo Hanssen
( do livro " Canção pro Sol Voltar" , Editora do Escritor )
Castelo Hanssen foi jornalista e escritor , membro fundador do Grupo Literário Letra Viva e da Academia Guarulhense de Letras. Foi fundador do Colégio Brasileiro de Poetas de Mauá, do grupo literário Letraviva de Guarulhos e da Academia Guarulhense de Letras. Foi presidente honorário da Sociedade Guarulhense de Cultura Artística.
Iniciou a carreira escrevendo crônicas para os semanários A Ação e Tribuna Popular de Santo André. Iniciou o trabalho profissional como repórter na Folha Metropolitana (Santo André), transferindo-se depois, para a Folha Metropolitana de Guarulhos, onde foi editor de política, assinou a coluna No Mundo da Música Sertaneja, e coordenou o suplemento Folha Literária.
De 1984 a 2001 trabalhou no jornal Olho Vivo de Guarulhos. Aposentou-se por deficiência visual. Continuou como colaborador eventual até 2004, com artigos abordando temas do momento de forma poética e bem humorada. Em 2007 voltou a escrever artigos eventuais para o extinto Diário de Guarulhos, marca que o Olho Vivo adotou em 2006. Participou ativamente de movimentos culturais de Guarulhos, Em 1997 recebeu o troféu Paulo Francis, outorgado pela antiga Tribuna de Guarulhos.
Foi presidente da Academia Guarulhense de Letras de 2008 a 2010, entidade que ajudou a fundar em 8 de dezembro de 1978, junto com Gasparino José Romão, Laerte Romualdo de Souza, Ary Baddini Tavares, Milton Luiz Ziller, Adolfo Vasconcelos Noronha, Norlandio Meirelles de Almeida, João Ranali, Flavio Cleto Giovanni Trombetti, Oscar Gonçalves, Hildebrando de Arruda Cotrim, Onofre Leite, Sylvio Ourique Fragoso, Geraldo Penteado de Queiroz e Néfi Tales.
Faleceu em 6 de março de 2020 por infecção de corrente sanguínea e doença do rim crônica após ficar internado por cerca de 10 dias no Hospital Geral de Guarulhos. Familiares e os amigos se despediram de Castelo com declamação de poesias de autoria dele ou em sua homenagem, transformando seu velório, carregado de muita emoção, em um sarau, além de contarem muitas histórias sobre sua liderança na cultura de Mauá e passagens pitorescas de sua atividade como jornalista em Guarulhos. Sua morte foi noticiada por toda a imprensa de Guarulhos e também no obituário da Folha de S.Paulo.
Recebeu várias homenagens de amigos e familiares nas redes sociais. O prefeito declarou luto oficial de três dias (a partir de 7 de março de 2020)
Obras
Canção pro Sol Voltar, Guarulhos
A Flor que Drummond viu Nascer no Asfalto (Editora Gerundiogê - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (2008)
Um Cego Fita o Horizonte (Editora AllPrint - Auditório Sincomércio, Guarulhos) (25 de julho de 2009)
“Fragmentos de Memória” (Editora GerúndioG - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (28 de agosto de 2013)
“Geremias Gemebundo” (Editora GerúndioG - Biblioteca Monteiro Lobato, Guarulhos) (28 de agosto de 2013)
"Vermibus" - Curta Metragem de Rubens Mello - Personagem: "Vovô" - Agosto de 2012
Oi amigo,
ResponderExcluirLinda poesia
Morei em Santo André de 1971 até 2015, aposentei.
Não perdia uma peça teatral no Paço Municipal, fiz concurso para a Prefeitura e depois de 3 anos fiz em São Bernardo. Foi quando voltei para o interior fiz concurso, trabalhei alguns anos e me aposentei.
Amava Santo André, descia a Serra quase todos os finais de semana.
O tempo passou, aposentada ficou a saudade que não volta mais.
Casei-me duas vezes, o primeiro morreu o segundo tá na sala à espreita. É muito ciumento. o filho logo chega da "galera".
Abraços
Lua Singular
Olá amigo,
ResponderExcluirEsse poema é de doer até a alma de tão lindo.
Adoro poesias
Tenho três estantes de livros
Amo ler
Beijos no coração
Lua Singular
Fala, poeta!
ResponderExcluirBom dia para o amigo,
mas não volto a casa sem
perguntar: Já vacinou?
Espero que sim. Um abraço
do seu admirador e amigo.
Olá amigo,
ResponderExcluirO problema não é com o meu anti-vírus, pois minha internet é particular e o dono é meu vizinho, qualquer problema ele resolve.
Não entra mais se pensa que sou displicente. Sou até chata demais com o computador e com as pessoas e comigo também.
Lua Singular
não desistiu da poesia no século XXI. "Talvez você seja o último poeta"
ResponderExcluirGostei do poema e de saber do seu autor.
ResponderExcluirObrigada pela visita no meu blog wue agora é un fillo de papel.
Gosto do Brasil e das suas gentes.
Volte quando quiser.
Querido amigo. Que poema lindo! Adorei!Emocionante! Imagem magnífica! Desculpe a demora da visita, mas meu marido opera em outubro.
ResponderExcluirObrigada pela visita e volte sempre a meu blog!
Beijos sabor carinho e uma noite de segunda-feira abençoada para você
Donetzka
Por que pararam esse espaço
ResponderExcluirMagnifico literário
Achei extraordinário
O seu escopo com traço
Lírico e enlaço
No amor por conteúdo.
Não deixem o espaço mudo
Deem-lhe voz conforme faço.
Abraços a todos. Laerte.
Um poema de grande qualidade que canta o amor e a saudade que dele fica.
ResponderExcluirAbraço amigo.
Juvenal Nunes