São muitos
os estômagos - ocos
que roncam
Sinfonia inacabada
macabra desassistida
Tu, minha barriga
inimiga
de tantos sonhos
saqueada consumida
desnutrida vida
Diante de ti
lavo minhas mãos
com o suor oprimido
e derramo minha poesia
sobre projetos e discussões
Olho outros homens mosqueados
que carregam cruzes e lâminas
pelas ruas das fábricas sem vagas
Juntai o resto dos homens
meus irmãos
e morramos
morramos todos
é para que nunca
tenhamos que repetir coisas
e mastigar cacos
e derramar gargantas
e ferver papéis
e blasfemar
nunca mais
do livro " Licença Para a Vida "
Mais que coisa linda, meu amigo.
ResponderExcluirVale a pena postar poesia desse
gabarito. Um abraço de páscoa e
boa noite.