terça-feira, 23 de julho de 2019

ADOLFO DE VASCONCELOS NORONHA



Creio no amor eterno, imorredouro,
e a persegui-lo vivo, na constante
angústia desta espera atribulante,
da fortuna mais rica do que o ouro.

Acontece que a vida é sorvedouro
das ilusões, num mundo cambiante
que, ao desenhar do afeto de um amante,
só pode renascer no amor vindouro.

Se crês no amor efêmero, somente,
guardas um coração tão indigente
quanto infeliz o espírito enfadonho...

A ventura maior fica comigo,
pois, apesar de tudo, inda persigo
aquele velho e sempre o mesmo sonho !

 Adolfo de Vasconcelos Noronha

( do livro Academia Guarulhense de Letras - Amostragem Literária - Centenário da Emancipação Política de Guarulhos )

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